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Automóvel na empresa: vale a pena?

automovel na empresa: vale a pena?

Milhares de empresários neste país já pensaram nesta questão: vale ou não a pena colocar o carro em nome da empresa? Vou poupar dinheiro? Existem vantagens ao nível fiscal? Ao nível do IVA? Estarei sujeito a tributação autónoma posteriormente? A resposta à pergunta Automóvel na empresa: vale a pena? esbarra numa verdade dura e crua: depende.

– Este é o perigo dos veículos empresariais, BTOCNET Youtube

Neste artigo, vou ajudá-lo a esclarecer as dúvidas e a descobrir se a decisão é boa ou má no seu caso específico. E vou dar-lhe a informação de que precisa para aprender:

  1. Que impostos existem sobre os veículos de uma empresa
  2. Que benefícios fiscais oferece um automóvel na empresa
  3. Que benefícios existem para veículos elétricos e/ou amigos do ambiente
  4. Se vale a pena terceirizar a aquisição de uma viatura para a empresa
  5. Quais as depreciações aceites ao nível dos impostos
  6. Se o renting oferece vantagens fiscais
Automóvel na empresa: vale a pena?

Que impostos existem sobre veículos empresariais?

Em primeiro lugar existe o IVA, ou seja: se eu comprar um veículo em nome da empresa -independentemente das deduções de que beneficie mais tarde – estou obrigado a pagar o IVA desse veículo ao estado. Para isto, não há soluções mágicas!

E depois temos o Imposto sobre Veículos (ISV) e a Tributação Autónoma. Vou falar-lhe sobre cada um deles, para que não deixe escapar nenhum pormenor.

Imposto sobre Veículos ou ISV

O Imposto sobre Veículos é aplicado quando o carro recebe a matrícula. É um preço único, não recorrente, que afeta qualquer particular e empresas de todos os setores. Um erro comum é pensar que um veículo importado está isento deste imposto: não é o caso. O imposto aplica-se se a empresa adquirir um veículo novo ou se importar um veículo usado do estrangeiro.

Mas há excepções previstas na lei:

  • Se o veículo for exclusivamente elétrico não há lugar ao pagamento de ISV
  • Se o veículo for híbrido ou híbrido plug in paga apenas 60% do ISV
  • Se nacionalizar um veículo híbrido plug in paga apenas 25% do ISV

E só são considerados veículos híbridos plug in os que:

  • Tenham uma bateria que permita o carregamento atravás da rede elétrica
  • Tenham uma baterida com autonomia mínima de 50Km no modo elétrico
  • Produzam emissões oficiais inferiores a 50gCO2/Km

Tributação Autónoma

Este imposto não se aplica apenas quando compra veículos. Provavelmente já ouviu falar dele, por afetar também despesas não documentadas, despesas de representação, ajudas de custo e por aí fora. No caso dos automóveis, a taxa varia consoante o escalão da viatura e o escalão depende do custo e da tipologia do carro adquirido.

Para viaturas empresariais com um custo abaixo de 27,500 euros:

  • Veículos ligeiros de passageiros: 10%
  • GNV – Gás Natural Veicular: 2,5%
  • Veículos Híbridos plug in: 2,5%
  • Veículos Elétricos: 0%

Para viaturas empresariais com um custo entre os 27,500 e os 34,999 euros:

  • Veículos ligeiros de passageiros: 27,5%
  • GNV – Gás Natural Veicular: 7,5%
  • Veículos Híbridos plug in: 7,5%
  • Veículos Elétricos: 0%

Para viaturas empresariais com um custo entre os 35,000 e os 34,999 euros:

  • Veículos ligeiros de passageiros: 27,5%
  • GNV – Gás Natural Veicular: 7,5%
  • Veículos Híbridos plug in: 7,5%
  • Veículos Elétricos: 0%

Para viaturas de empresas com um custo igual ou superior a 62,500 euros:

  • Veículos ligeiros de passageiros: 35%
  • GNV – Gás Natural Veicular: 15%
  • Veículos Híbridos plug in: 15%
  • Veículos Elétricos: 10%
veiculos empresarias tributação autonoma

Benefícios fiscais para carro em nome da empresa: que soluções existem?

Para além dos que vimos no capítulo anterior, nomeadamente ao nível das tributações autónomas e ISV para as opções verdes, existem veículos que beneficiam de deduções ao nível do IVA e IRC quando adicionados à frota empresarial. Vou explicar-lhe quais são e que benefícios têm.

  • Veículos ligeiros de passageiros e mistos

Independentemente de ser a gasolina ou gasóleo, não é possível deduzir o IVA do preço de aquisição nem das rendas de locação. Poderão deduzir 50% do combustível no caso das viaturas a gasóleo.

  • Veículos ligeiros de mercadorias

Neste caso, o imposto sobre o valor acrescentado do preço de aquisição e rendas de locação pode ser deduzido e também poderá deduzir 50% do combustível se a viatura for a gasóleo.

  • Veículos a Gás Natural Veicular (GNV)

Poderá deduzir 50% do IVA sobre os custos de aquisição, locação e transformação – porque pode ser necessário adaptar a viatura à alimentação a gás. Mas lembre-se: para a empresa usufruir deste benefício, o valor da aquisição deste tipo de carros não pode exceder os 37,500 euros.

  • Veículos elétricos e híbridos plug in

Poderá deduzir o valor total do IVA sobre despesas de aquisição, locação e transformação. Mas mais uma vez: para as empresas usufruirem deste benefício, o valor da aquisição deste tipo de carros não pode exceder os 62,500 euros; e especificamente, no caso dos híbridos plug in, não pode ultrapassam os 50,000 euros.

E há um bónus…

…é possível deduzir a totalidade do imposto sobre o valor acrescentado da eletricidade usada para abastecer as viaturas!

deduções iva e irc para carros empresariais

E quanto às depreciações?

Para quem não conhece o termo, as depreciações resultam da desvalorização económica de um  bem face à sua vida útil. A título de exemplo: uma viatura tem uma determinada vida útil (e.g. 4 anos) e terá uma depreciação de 25% do valor de aquisição, ao ano. Para facilitar o cálculo da vida útil dos bens, para efeitos fiscais, foi publicado um decreto regulamentar que estabelece a vida útil de determinados bens. No caso das viaturas, este mesmo decreto estabelece que a vida útil desta é de 4 anos. O Código de IRC estabelece os limites para aquisição de viaturas ligeiras de passageiros:

Ligeiros de passageiros a combustível fóssil

Para efeitos fiscais o limite é de 25 000 euros, pelo que a depreciação máxima, fiscalmente aceite para este tipo de viatura é de 6250 euros (25000 euros a dividir por 4). As depreciações acima deste valor não são consideradas dedutíveis para efeitos de IRC, mas são sujeitas a Tributações Autónomas de acordo com a taxa aplicada.

Ligeiros de Mercadorias a combustível fóssil

Tem direito a amortização anual, até 100% do valor de aquisição e não existe um máximo legal do valor da aquisição.

Elétricos ou híbridos plug in

Para efeitos fiscais o limite é de 62500 euros (para elétricos) e 50000 para híbridos plug in, pelo que a depreciação máxima, fiscalmente aceite para este tipo de viatura é de, 15625 para elétricos e  12500 euros para híbridos plug in.

A atribuição de uma viatura a um colaborador pode ser considerado como remuneração em espécie para efeitos de IRS e, em alguns casos, para efeitos contributivos em Segurança Social. Nesses casos, essas viaturas não serão sujeitas a tributações autónomas, nem os respetivos gastos (combustíveis, reparações). Importa, por isso, analisar as vantagens de chegar a acordo com alguns colaboradores neste sentido.

Pode consultar o simulador gratuito no nosso website

Existem outros benefícios para além dos fiscais?

O medo do prejuízo fiscal não é a única razão para uma empresa juntar um novo automóvel à sua frota. Deixe-me passar rapidamente por quatro razões importantes pelas quais as grandes, pequenas ou médias empresas devem considerar esta opção:

  • Mais alcance

Uma carro em nome da empresa não serve apenas um negócio de entrega de produtos. Há vários cenários onde os seus colaboradores podem tornar o negócio mais eficiente se tiverem acesso a uma viatura. Exemplo disso é setor das reparações, que exige a deslocação de um técnico; o dos audiovisuais, que exige a deslocação de um fotógrafo ou videógrafo e do seu material; ou o das vendas, que exige deslocações para reunir prospetos.

  • Mais publicidade

Para empresas que adquirem um automóvel, nem tudo são gastos, seguro e combustíveis. Se optar pela personalização da viatura, com adesivos ou autocolantes, lembre-se que cada quilómetro na estrada de converte em novos olhos a observar a sua marca, mensagem ou oferta comercial.

  • Retenção de talentos

Quem dirige uma empresa em Portugal conhece bem a dificuldade em encontrar e reter recursos humanos de qualidade. Lembre-se que a atribuição de um automóvel pode integrar a lista de benefícios que o trabalhador adquire, ao aceitar juntar-se às fileiras da empresa. Se não tiver capacidade para oferecer um salário tão alto quanto gostaria, a empresa pode encontrar soluções nesta possibilidade.

  • Mais autonomia

Um negócio sem frota própria não está impedido de deslocar recursos e mercadorias. Para o transporte de mercadorias, pode contratar os serviços de uma empresa de distribuição. Para o transporte de recursos, existem transportes públicos que permitem que a empresa exerça a sua atividade. Mas e quando é preciso responder “agora”?

  • Mais segurança

Por um lado, vamos imaginar o caso de uma empresa de reparações que faz deslocar um trabalhador na rede de transportes públicos: é um espaço com menos proteção e ele está (mais) sujeito a sofrer um assalto. Por outro lado, uma empresa com frota própria pode usufruir de sistemas de rastreamento de automóveis. Graças a este tipo de ferramenta, é possível pré-definir rotas mais seguras e económicas ou até informar as autoridades sobre qualquer irregularidade dos condutores.

vantagens carro em nome empresa

E valerá a pena terceirizar a aquisição de veículos?

Há quem defenda que a frota própria tem a vantagem de consubstanciar um ativo da empresa. Mas a permanência dos veículos na estrutura de custos das empresas pode tornar-se num encargo desnecessário, no cenário de uma necessidade irregular. Como tomar decisões?

Vamos olhar para as vantagens do renting:

Distribuição de custos

O peso dos custos no cenário do renting é distribuído: as empresas não precisam de desembolsar tanto de uma vez, nem de se descapitalizar. E não compromete o acesso ao financiamento nem adiciona mais um crédito à sua lista de prestações mensais.

Desvalorização inexistente

A preocupação sobre o uso, o furto, a desvalorização e a revenda não se coloca. Não existem contas a fazer devido à depreciação do ativo: porque não existe ativo. Atenção: quando as empresas com carro próprio o revendem, se o preço dessa revenda for superior ao da depreciação o excedente é considerado lucro.

Qualidade dos veículos

Quem compra está sujeito ao envelhecimento do ativo. Quem estabelece um acordo de renting tem à sua disposição automóveis novos para condução, assim que terminar o contrato de renting.

Responsabilidades

A cobertura dada pelo seguro e outras coberturas, a chatice do processo de compra, o licenciamento, a personalização, a manutenção, os custos da substituição de peças e a revenda são preocupações que deixam de existir no cenário de um renting.

Carro na empresa ou veículo na empresa: vantagens de alugar VS comprar?

Então… Compro carro ou alugo? Qual a solução certa para a minha empresa?

De um modo geral, a grande diferença entre a compra e o aluguer tem que ver com os custos do renting, serem inferiores face aos custos da compra – o que vai influenciar, positiva ou negativamente, nos impostos a pagar.

Sim: o IVA, o IRC e a Tributação Autónoma de um automóvel próprio tornam-no mais caro. Mas o importante para o negócio é ponderar essa despesa extra face às deduções e ao balanço geral da empresa porque pode justificar-se!

Fique com a opinião do nosso fundador, José Pedro Farinha, sobre estema tema. E lembre-se de fazer uma chamada para o nosso contacto 218 045 580 ou marcar uma reunião por email neste link, se quer ajuda especializada de um contabilista BTOCNET.

– Carro na empresa: comprar ou alugar?
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